Melhores músicas japonesas relaxantes para uma noite relaxante – Chill Music Japan Vol.2

Descobre as melhores músicas japonesas para noites tranquilas

Quando pensas em música japonesa, talvez te venham à cabeça canções animadas e enérgicas. No entanto, o Japão também oferece uma rica seleção de músicas calmas perfeitas para noites sossegadas. Como fã de música relaxante e reconfortante, criei uma playlist com algumas das melhores músicas japonesas para descontrair.

Neste artigo, vou apresentar as minhas principais recomendações de músicas japonesas que trazem tranquilidade às tuas noites. Não te esqueças de explorar a playlist no Spotify no final, para uma experiência ainda mais envolvente!

Hiroshi Fujiwara – Time Machine

Quanto mais descobres sobre Hiroshi Fujiwara(藤原ヒロシ), mais difícil se torna definir o seu título. Será ele designer? Músico? Os seus múltiplos talentos e o som descontraidamente cool da sua música fazem dele um verdadeiro pioneiro de um estilo de vida sem fronteiras. Ele é um ícone que encarna a ideia de viver para além dos rótulos e das estruturas tradicionais.

Quando Hiroshi Fujiwara colaborou com a BVLGARI para criar uma linha de produtos, deixou um comentário memorável:
“Fashion should be more distorted. Just wear what you want to wear. UNIQLO is the ultimate lifestyle brand, but it’s not a fashion brand.”
Estas palavras oferecem-nos uma visão da sua filosofia, dos seus valores e daquilo que ele considera verdadeiramente cool.

Se quiseres aprofundar a sensibilidade única de Hiroshi Fujiwara, a faixa “Time Machine” é um ótimo ponto de partida. É como uma janela para o mundo de Hiroshi Fujiwara — uma obra que te permite vivenciar um pouco da sua personalidade e arte.

Aliás, enquanto escrevo isto, tudo o que estou a vestir, excepto o meu fato de treino Kaepa, é da UNIQLO. Ser fã da UNIQLO e de Hiroshi Fujiwara? Perfeitamente compatível.

Chilli Beans. – I like you

A canção “I like you” é a faixa de encerramento do álbum de 2023 dos Chilli Beans., Welcome to My Castle. Fiel ao seu título, o álbum foi concebido para envolver os ouvintes num mundo único criado pela banda. É como se dissessem: “Construímos um castelo aqui. Aproveita-o ao máximo enquanto estiveres dentro dele.”

A faixa de abertura do álbum causa um forte impacto com o som de uma pesada porta de castelo a abrir-se e a fechar-se. É quase como se transmitisse a mensagem: “Prepara-te para te imergires neste mundo – não há como sair a meio.” E, para finalizar esta jornada conceptual, escolheram “I like you” como a última canção.

Esta música caracteriza-se por uma sonoridade etérea e suave, como se estivéssemos a flutuar num sonho, acompanhada por letras que evocam a sensação de despertar de um sonho. De acordo com os membros da banda, “I like you” traz a ideia de que, mesmo que o castelo desapareça no final da canção, continua a ser um lugar para onde os ouvintes podem sempre regressar. É a escolha perfeita para encerrar o álbum.

Pessoalmente, descobri esta música pela primeira vez como tema de encerramento do drama “Toki o Kakeru na, Koibito-tachi” (Não saltes no tempo, amantes). Protagonizado por Riho Yoshioka e Eita Nagayama, esta comédia de ficção científica destaca-se pelo seu encanto peculiar. A inclusão de “I like you” como canção de fecho trouxe uma sensação de tranquilidade, deixando no ar uma atmosfera serena e gratificante.

Sakura Fujiwara – Itsuka Mita Eiga Mitai ni (Like a Movie I Once Saw)

Esta faixa, que começa com o doce murmúrio de Sakura Fujiwara, capta na perfeição uma atmosfera relaxante e calma. Desde as primeiras notas, envolve-nos numa sensação de conforto, transmitindo uma paz que alivia a tensão dos ombros. A cada audição, deixa uma impressão de serenidade e frescura.

A canção faz parte do álbum AIRPORT, criado em colaboração com produtores que compuseram primeiro as faixas musicais, para depois Fujiwara acrescentar as letras. Vale a pena notar que esta faixa foi produzida por VaVa, um produtor de música conhecido pela sua actuação na cena hip-hop. O uso de scratch e a influência do hip-hop conferem ao álbum um toque distintivo, enquanto a voz descontraída e suave de Fujiwara suaviza o conjunto, proporcionando um encanto único, descontraído e reconfortante.

A letra gira em torno de um tema simples, mas comovente: “A vida não é bem como nos filmes, pois não?” Retrata aqueles sentimentos confusos e por resolver com que muitas vezes lidamos – como as emoções nos prendem, dificultando o corte definitivo ou a progressão. Ainda assim, a canção emana uma sensação refrescante de aceitação, como se dissesse: “Bom, a vida é mesmo assim.” Este equilíbrio entre realismo e optimismo confere-lhe um tom subtilmente encorajador.

Kai Kubota – Haru ni Binetsu (Spring Fever)

Kai Kubota tornou-se conhecido graças às suas actuações de destaque em batalhas de rap, solidificando o seu inegável talento. As suas letras entrelaçam rimas de forma fluida e agradável ao ouvido. Sem exibir ostensivamente a sua técnica, Kubota parece divertir-se naturalmente a brincar com as palavras, concentrando-se em imagens vívidas que transportam o ouvinte para dentro das suas músicas sem esforço.

Neste tema, a história desenvolve-se em torno de um protagonista que experimenta um amor febril à luz quente da primavera. O sorriso da pessoa amada, que evoca um dia primaveril suave, conduz o protagonista para um mundo ligeiramente afastado da realidade – quase como se estivesse noutro planeta. As letras retratam lindamente essas sensações estranhas e desconhecidas, semelhantes a apanhar uma constipação – uma metáfora para a novidade do amor.

Embora as imagens transmitam um toque onírico, reminiscentes de uma cena de filme romântico, também ressoam com aqueles sentimentos genuínos e fugazes que muitos de nós já experimentámos. É uma faixa que desperta o desejo pela chegada da primavera – tão terna e revigorante como a própria estação.

Salyu × haruka nakamura – Hoshi no Kuzu α (Stardust α)

Hoshi no Kuzu apresenta duas versões: α (Alfa) e Ω (Ómega). A versão Alfa simboliza o “início” (a primeira letra do alfabeto grego) e conta com um arranjo pop e acessível, que transmite lindamente as emoções subjacentes à voz de Salyu. Em contraste, a versão Ómega representa o “fim” e evidencia a visão musical de haruka nakamura com uma composição mais subtil e profunda. Para este artigo, focamo-nos na versão Alfa, que oferece simultaneamente acessibilidade e uma profundidade oculta.

Esta canção é o tema de encerramento do anime TRIGUN STAMPEDE. Embora a versão curta utilizada no anime seja impressionante, acaba por ser demasiado breve para transmitir toda a riqueza da música. Com mais de cinco minutos de duração, algo invulgar na música actual, a versão completa envolve o ouvinte num mundo profundo e expansivo.

Pessoalmente, por vezes acho letras excessivamente positivas um pouco pesadas, mas esta canção é diferente. As suas palavras ternas e suaves acendem uma luminosidade delicada no coração, recordando uma positividade tranquila. A interpretação vocal de Salyu, ao capturar tão bem os matizes emocionais da canção, deixa-me completamente maravilhado. Hoshi no Kuzu α é uma pérola rara que ressoa tanto a nível emocional como musical.

Ichiyanagi – Kitto (Surely)

Conheci esta música pela primeira vez num programa de rádio da NHK chamado Ato wa Neru Dake no Jikan (A hora antes de dormir), em que um dos apresentadores, Naoki Matayoshi, a seleccionou para tocar. Matayoshi é um artista multifacetado – não só é comediante, como também vencedor do Prémio Akutagawa, a mais conceituada distinção literária no Japão para autores estreantes. O seu excelente gosto musical trouxe mais diversidade à minha playlist, e estou profundamente grato por isso.

Um dos aspectos mais marcantes desta faixa é a voz. Ao mesmo tempo que se sente próxima, como se alguém estivesse a falar ao nosso lado, também parece distante, como se viesse da fronteira entre o sonho e a realidade – uma qualidade verdadeiramente cativante. Numa entrevista, Ichiyanagi referiu que procura manter a música a uma “distância perfeita” do quotidiano, nem demasiado perto nem demasiado longe. Para ele, a música é um refúgio ou uma base segura, algo com que me identifico plenamente.

Há alturas em que nos sentimos sobrecarregados pelas pressões da realidade ou pelo descontentamento com o mundo. Nessas ocasiões, podemos perguntar: “Qual é a utilidade da arte ou do entretenimento?” Contudo, acredito que a arte e o entretenimento têm um poder silencioso para nos lembrar: “O mundo que vês não é tudo o que existe.” Ao ouvir a música de Ichiyanagi, esta verdade é reafirmada, oferecendo-nos conforto e uma nova perspectiva.

Hakushi Hasegawa – Sea Change

Esta música é uma peça incrivelmente delicada, composta apenas por piano, voz e o som da respiração. É frequente associarmos Hakushi Hasegawa a faixas enérgicas, com BPM muito acelerados, ritmos complexos e uma densidade sonora esmagadora. Contudo, Sea Change mostra o seu lado sereno e íntimo, evidenciando a sua versatilidade artística notável. É impossível não sentirmos uma crescente curiosidade sobre o que poderá vir a seguir.

No Spotify, a sua faixa mais reproduzida é Doku (Poison), que contrasta fortemente com a tranquilidade de Sea Change. Ao ouvi-las em sequência, mal se acredita que são do mesmo artista. Este contraste marcante reforça a natureza multifacetada da sua música. Se alguma vez estiveres cansado de um dia calmo em casa, talvez seja altura de acrescentar Doku à tua playlist e sair em busca de aventura.

Wrap Up: Desfruta destas músicas japonesas no Spotify

Obrigado por teres explorado comigo estas “músicas japonesas relaxantes”! Cada faixa oferece uma forma única de descontrair, seja num momento de tranquilidade em casa ou num passeio nocturno pacífico. Para que possas desfrutar facilmente de todas, criei uma playlist no Spotify com as canções mencionadas neste artigo.

Sente-te à vontade para a adicionares à tua colecção e descobre o encanto repousante da música japonesa. Que estas faixas tragam uma sensação de calma e inspiração ao teu dia. Boas audições!